Em Suas mãos
- liviashumiski
- 28 de out. de 2020
- 3 min de leitura

Facilmente, muito mais do que imaginamos, nos esquecemos de quem nós somos. E ainda mais facilmente, esquecemos quem Deus é.
Caímos em um redemoinho que procura razões para explicar o desânimo, a fraqueza, a falta de fé.
Paulo disse em 2 Coríntios 7: “Enfrentamos conflitos de todos os lados, com batalhas externas e temores internos. Mas Deus, que conforta os desanimados, nos encorajou...”
Deus nos encoraja nos lembrando quem Ele é. E, portanto, quem somos nEle.
Mas qual a raiz das nossas crises de identidade?
O pecado não nos separou apenas de Deus, do próximo, mas nos separou de nós mesmos. Não sabemos quem somos e esse tipo de viagem tão propagada do auto-conhecimento é simplesmente pular pra dentro de um abismo sem fim. Pular em si mesmo não é o que Deus tem pra mim, nem pra você.
Somente Cristo nos reconcilia com Deus e com o próximo. E somente em Cristo estamos seguros para passar por esse encontro com nosso propósito. Justamente porque nEle encontramos quem somos. Nele e somente nEle, nos tornamos filhos de Deus. Temos uma identidade verdadeira.
Algumas vezes na vida ao sentir a dor de lutar para se lembrar de minha identidade, eu sorri. Porque lembrei que só sente dor quem está vivo. Só sente essa dor quem Deus, nosso Pai, não deixou entregue às suas próprias vontades, vaidades e temores. Não, Ele corrige os filhos a quem ama. E Ele não vai parar. Mesmo se doer. Porque um dia enfim, a dor não estará nem na memória.
Quando entendemos tudo isso, ainda que bem pouco, somos capacitados a fazermos orações ousadas, como, “Senhor, me humilhe, me vença, triunfe sobre mim, me quebre e me refaça.” E as fazemos na certeza de que só Ele sabe, só Ele mesmo refaz e é capaz de refazer. Essas orações, esses anseios são nossa resposta à ação do nosso Ajudador em nós. E lembrando disso, mesmo em meio a dor, podemos sorrir.
Muitas vezes, e não são raras, nos rotulamos. “Sou ansiosa”. “Sou difícil”. Ou algo assim. Mas a verdade é que não sabemos o que ainda esta no fundo do vaso do nosso ser. E ele ainda não terminou. Ele vai limpar o que não pertence a nós e nossa identidade.
Temos mesmo é que nos render, deixando Deus arrancar o que é necessário. E confiando, descansando, no fato de que Ele sabe exatamente o que fazer.
Ignorar tudo isso, essa obra em nós, é seguir um caminho de amargura, de eterna comparação com os outros ou com um ideal de quem eu gostaria de ser. Mas não, não somo destinados a isso. Ele está nos fazendo de novo, à semelhança do Seu Filho. E a obra é dEle, não é nossa.
Às vezes no meio da bagunça, no meio do caos de toda essa obra, nos perguntamos "para quê tudo isso?", ou “não poderia sem mais simples?".
Com Deus não é assim. Ele já conhece o fim. Ele já vê tudo pronto. Ele sabe o fim desde o começo. E como um bom artesão e tapeceiro, Ele usa as cores claras e escuras, todas elas, para completar sua obra.
Nossos dias em suas mãos, ensolarados e nublados. Estão em suas mãos. Quem somos e quem seremos está em suas mãos. E não poderíamos estar em melhor lugar do que em Suas mãos.
Deus que conforta os desanimados diz: “Coragem, Eu estarei no controle até o fim”.










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