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Entre este dia e aquele Dia

  • liviashumiski
  • 9 de set. de 2020
  • 4 min de leitura

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Respiro fundo. Pra mim isso significa: “Deus me ajude a lembrar que nada é definitivo aqui, somente o teu amor.”


Eu me irrito. Eu me canso. Eu não digo palavras bonitas para os meus filhos ou meu esposo muitas vezes. Eu reclamo. Eu murmuro. Tantas vezes ansiosa, sou precipitada. Eu respiro fundo. Pra mim isso significa: “Até quando?”.


Meu versículo preferido da Bíblia é Romanos 5.1. Se eu posso meditar sobre ele por um tempo, as lágrimas vem.


“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”. Romanos‬ ‭5:1‬ ‭NVI

Justificada pela fé. Ou seja, uma vez que depositei minha confiança no sacrifico suficiente de Cristo no meu lugar na Cruz, isso definitivamente pacificou meu relacionamento com Deus. Ou melhor, dEle comigo. De devedora passei a herdeira. De condenada passei a abraçada, filha. Tenho paz com Deus por meio de Jesus. Pronto acabado. Redimida.


(As lágrimas vieram)


Essas são as boas notícias do Evangelho da Graça e isso me consome! Meu coração arde, explode de alegria, não há nada melhor do que a realidade do Evangelho.


Mas no meio do caminho minhas crises de fé se intensificaram. Por que no mais simples do meu cotidiano se torna difícil me lembrar de quem eu sou? Dessas verdades eternas em meio aos conflitos? Na luta contra os meus próprios pecados?


Me deparei então com Davi quando disse:


“Este é o dia que o SENHOR fez; nele nos alegraremos e exultaremos.” Salmos‬ ‭118:24‬ ‭NVT‬‬

Este dia, cada dia, foi feito por Deus. Tudo o que vivo, enfrento, encaro não é acaso, é providencial. É um exercício de lembrar, é um exercício para enxergar com olhos da Graça. De que Deus tem um propósito no meu processo, nos meus erros e acertos. Mais erros até, na realidade.


A Graça de Deus me alcançou e me alcança na minha vergonha. Na minha dúvida. Nas minhas dificuldades de aprender a lidar com o próximo, ter paciência, ter esperança. Porque estou em um processo. E um processo entre o já é o ainda não.


Eu já estou em Cristo. Eu já estou em paz com Deus, mas eu ainda não estou pronta, eu ainda estou caminhando em direção ao alvo, à semelhança do modelo perfeito que é Cristo. A passos lentos, muito lentos muitas vezes, é assim que eu vou. É assim que Ele vai em mim.


“Há dois dias no meu calendário: este dia e aquele dia”.


Lutero escreveu esta frase, e procuro imprimí-la em meu coração.


Neste dia, com todo o agir do cotidiano, do simples, da rotina, do mesmo, do difícil, do impossível. Este dia, Deus fez para eu viver e pra Ele me moldar.


Aquele dia, o último, o derradeiro, o definitivo para sempre. O fim que é o começo de verdade, a vida de Verdade. Aquele dia em que inaugurado será o para sempre sem lágrimas, do todo restaurado.

Dos redimidos em paz com Deus, viverem o que sempre foram feitos para ser.


Lembro da canção de Marcos Almeida “Em parte”:


Incompleto, imperfeito

Até que um dia eu seja

Descoberto, sabido de mim

E de um mundo refeito


Eu quero a vida inteira

Eu quero a vida cheia

Eu quero tudo

Até perfeito eu estar


Me olho e me acho

Em parte, em pedaços

Desejo ser um


Meu Deus me recebe

Recolhe os meus cacos

Traz paz no que eu faço

Me torna amigo inteiro de mim

Aqui

Me faz enquanto eu ando.”


Respiro fundo. E isso significa: “Cristo está comigo todos os dias, agora mesmo, até o fim”.


“Todos os dias”. O que isso significa? Significa todos, sem exceção, até mesmo esse momento, sim agora mesmo. Ele está comigo. Um dia de cada vez.


“Basta a cada dia...” (Mt 6.34).

Enquanto escrevo esse texto, as lágrimas aumentaram. Que esperança! Que Graça!

Mas eu sei, logo vem momentos que embaçam minha visão, meu coração fraco se esquece, o mundo quebrado me desanima. Meu coração endurece, com meu próprio egoísmo e ansiedade.


Mas eu também sei, a Graça me visita. De alguma forma ela sempre vem. Na Palavra, no conselho, no ouvido, no pedido, no amor que me constrange. Ele sempre vem. O Espírito que habita em mim me incomoda, me corrige, não me deixa em paz até que eu veja novamente, Ele está comigo. Como disse a Moisés “tire as sandálias dos seus pés porque o lugar onde pisa é santo”. Arrependo-me, me volto, me entrego, me rendo. Sua santidade me confronta, seu amor imenso me constrange. E sigo.


Sigo no processo que opera na raiz dos anseios daqueles que passaram na Cruz. No processo onde são transformados de dentro para fora. Para desejar o que Deus deseja.


Não é o conforto da minha situação que é minha esperança, mas ao invés disso a fidelidade do Deus que me salvou com Seu Filho sangrando na Cruz. De tal maneira foi a Redenção que nos alcançou, que ser o mesmo é que é impossível.


O hino de Paulo em Romanos 8 então ecoa dentro de mim:


Nada pode te separar do amor de Deus. Nada pode te separar do amor de Deus.

Nada pode te separar do amor de Deus. Nada...nada... nada...


Este dia, este momento, este vale está sendo moldado por Aquele que me ama desde antes de criar o mundo do nada. Mas pelo poder da Sua Palavra, o mesmo poder que disse “haja luz”, diz o mesmo sobre mim. E Naquele dia, em que eu O verei e verei o que Ele já viu pronto, saberei a glória deste simples dia, moldado por causa daquele Dia.


Entre este e aquele, seguem seguros os que em Cristo estão .... e estarão para sempre!

[1]

Você também pode ouvir este texto no YouTube:






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